quinta-feira, março 20, 2008

Uma semana atribulada

A última semana foi atribulada nos mercados financeiros, tendo havido novas descidas da taxa de desconto do Fed (está agora em 2,25%) e injecções de liquidez nos EUA e na Zona Euro para acudir aos bancos (incluindo patrocínio e financiamento de aquisições de instituições falidas e “compra” de hipotecas imobiliárias pelo banco central norte-americano, que está assim, com uma “criatividade” louvada nalguns sectores, a transformar a sua própria natureza e modo de actuação); estas movimentações, aliadas a resultados ainda positivos de bancos norte-americanos cuja solvabilidade era duvidosa, levou a pronta credulidade dos “investidores” (viciados em crédito, presume-se) a largarem as mercadorias em que se vinham refugiando, que assim corrigiram fortemente da tendência altista dos últimos meses – o que ontem aconteceu também com o ouro (a onça recuou cerca de $80 e €60). Mas porque o mercado está a ser empanturrado de dólares e euros pelos bancos centrais em auxílio das imprudentes políticas bancárias de concessão de crédito e de engenharia financeira, não se espere que os preços das mercadorias e do ouro corrijam muito mais e que não retomem a subida muito proximamente. Que não haja ilusões que os activos detidos em dólares e euros estarão sujeitos a grande erosão em termos reais; quanto à solvabilidade das instituições financeiras, é história que terá certamente próximos capítulos.