quinta-feira, setembro 15, 2016

Entrevista de Nelson Jobim ao "Estado de São Paulo"

O Brasil está numa encruzilhada, patente na crise económica e política de que todos os dias ouvimos falar. Mas não nos deixemos enredar pelas palavras.

O termo grego krísis significa «acto de separar, decisão, julgamento, evento, momento decisivo» (Dicionário Priberam). Trata-se, pois, de uma ocasião em que as instituições políticas brasileiras estão a ser postas à prova. E de uma enorme oportunidade para o Brasil pensar o seu futuro e tomar decisões.

Nem toda a gente se apercebe de que a encruzilhada brasileira nos diz respeito. É simplesmente o futuro do mundo de língua portuguesa que está em causa.

Além das decisões do Supremo Tribunal Federal e dos debates no Congresso Nacional, há vários atores individuais relevantes que estão a dar contributos valiosos para a reflexão sobre a encruzilhada brasileira. A entrevista do jurista Nelson Jobim ao jornal Estado de São Paulo é um desses contributos.

Excerto da apresentação:

O jurista Nelson Jobim, de 70 anos, conhece como poucos o coração do poder. Ex-ministro da Defesa nos governos Lula e Dilma, ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique, ex-relator da fracassada reforma constitucional de 1993 e ex-Constituinte pelo PMDB, Jobim circula com desembaraço entre “gregos” e “troianos”. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, ele não costuma ficar em cima do muro ao expressar sua opinião sobre temas polêmicos, como as doações das empresas nas campanhas eleitorais. […] Nesta entrevista, realizada no começo de setembro em seu apartamento nos Jardins, em São Paulo, Jobim conta histórias dos bastidores da Constituinte, fala sobre as mudanças que devem ser feitas na Constituição de 1988 para destravar o País e comenta a reforma política que está em discussão no Congresso Nacional. A entrevista foi feita para a série A Reconstrução do Brasil, lançada pelo Estado para discutir os grandes desafios do País após o impeachment.